A língua brasileira de sinais, mais conhecida como Libras, é a língua visual utilizada pela comunidade surda do Brasil. Conheça mais sobre essa língua nesse texto.

Diferente do que muitos pensam, Libras não é apenas uma linguagem gestual, mas uma língua oficial brasileira. Ela possui gramática própria, sintaxe e estrutura. Além disso, não utiliza apenas as mãos, mas um conjunto de elementos que vão desde expressões faciais até espaço ao redor do corpo.

Atualmente, o Brasil possui mais de 10 milhões de pessoas que utilizam libras, entre elas surdos, deficientes auditivos e ouvintes. Além disso, é considerada uma língua oficial do país desde 2002, sancionada em lei apenas em 2015.

Língua Brasileira de Sinais - Libras

Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

Também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, essa lei foi sancionada em 2015 mas entrou em vigor somente em 2016. A Lei 13.146/2015 trata da acessibilidade não somente para pessoas surdas, mas garante que os locais devem ter acessibilidade para qualquer tipo de deficiência e fornecer oportunidades iguais para PCDs e não PCDs.

Nela, foi regulamentado Libras como meio de comunicação de pessoas surdas no Brasil. A lei ainda estabelece que ela pode ser utilizada por pessoas surdas em todos os locais, incluindo escola, trabalho e locais de lazer.

Libras é universal?

Estimativas apontam que existem de 70 a 100 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência auditiva. No entanto, esse número pode variar de acordo com o critério utilizado em cada país.

Apesar de existir pessoas com deficiência auditiva em todo o mundo, Libras não é uma língua universal. Assim como o idioma verbalizado no Brasil, o português, cada país possui uma língua de sinais própria.

Alfabeto da Língua Brasileira de Sinais – Libras

No Brasil, o alfabeto utilizado para comunicação em Libras é o alfabeto abaixo:

Quem usa Libras?

Não apenas os surdos utilizam a língua brasileira de sinais, como visto acima, no entanto, a maioria das pessoas que falam em Libras, possuem alguma deficiência auditiva. Apesar disso, as diferenças entre eles são diversas como surdo oralizado, não oralizado e bilíngue.

Diferença de surdo oralizado, não oralizado e bilíngue

A diferença de surdo oralizado, não oralizado e bilíngue se dá pelas experiências de comunicação e a educação recebida ao longo da vida.

Surdo oralizado:

O surdo oralizado é aquele que utiliza a língua falada ou leitura labial. Normalmente ele teve algum tipo de experiência com prótese ou treinamento auditivo e com isso desenvolveu a fala. Nesse grupo também estão as pessoas que perderam a audição ao longo da vida, mas conseguiram desenvolver e manter a fala.

Surdo não oralizado

Nesse grupo estão as pessoas que nasceram com a deficiência auditiva e não conseguiram ter experiências para desenvolver a fala. Ele pode ter muita dificuldade com a leitura labial e utiliza majoritariamente libras, gestos ou a escrita. As experiências escolares desse grupo incluem escolas especiais e/ou inclusivas.

Surdo bilíngue

O surdo bilíngue é a pessoa que tem habilidades de fala e/ou Libras e consegue escrever e se comunicar de acordo com a língua portuguesa.

Ainda que os grupos tenham essas nomenclaturas, é importante lembrar que há variações em todos eles e que cada pessoa tem sua particularidade.

E pessoas mudas?

Por muito tempo o termo surdo/mudo foi usado para se referir à pessoas que não falam e/ou não ouvem. No entanto, esse termo, além de não inclusivo, acaba generalizando as deficiências.

Nesse sentido, podemos dizer que pessoas que não falam porque não aprenderam devido à surdez (surdo não oralizado), são apenas surdos. Enquanto a pessoa muda pode ser ouvinte e ter perdido a função vocal devido a problemas como:

  • traumatismo craniano;
  • acidente vascular cerebral;
  • câncer de laringe;
  • anomalias cranianas;
  • entre outras.

Por isso, é comum que surdos emitam sons vocais, mas não consigam oralizar palavras ou formular frases por não ter aprendido.

Como ajudar na inclusão de pessoas surdas

Algumas tecnologias colaboram na inclusão de pessoas com surdez, como sites que fazem ligação e utilizam de um terceiro para mediar a conversa. No entanto, atitudes simples do dia a dia podem ajudar a incluir pessoas surdas, como legendar os vídeos ou fazer cursos online de libras.

Datas para lembrar da importância da inclusão

Algumas datas ajudam a lembrar da importância de se preparar para acolher e incluir pessoas com deficiência no dia a dia.

Hoje, 24 de abril, é Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais – Libras.

Já 23 de setembro, é o Dia Internacional da Língua de Sinais instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

26 de setembro é o Dia Nacional do Surdo e 30 de setembro é o Dia Mundial do Surdo.

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