O mobiliário acessível busca trazer autonomia para pessoas com todos os tipos de limitações – de mobilidade reduzida até baixa visão. Dessa forma, um projeto de design de interiores que alia design e funcionalidade consegue auxiliar as pessoas com deficiência nos mais diversos espaços. Na prática, isso significa proporcionar soluções inclusivas com conforto e estética que facilitam as atividades corriqueiras do dia a dia.

Para quem não possui nenhuma deficiência fica até difícil pensar em uma cozinha adaptada para cadeirantes ou sala dimensionada para atender as pessoas cegas, por exemplo. Entretanto, para mais de 45 milhões de brasileiros com deficiência, segundo o IBGE, estas particularidades ajudam e muito. Principalmente a ter maior independência e superar as restrições físicas no ambiente doméstico.

Respeito às diferenças

Certamente, no cenário atual, os espaços estão cada vez mais reduzidos. Dessa forma, o mobiliário acessível permite não só a adequação do ambiente de forma funcional e flexível. Mas também atende às reais necessidades do usuário. Além disso, cria oportunidades para pessoas com deficiência desenvolverem seu potencial e autoestima.

Além disso, em tempos de isolamento social é possível perceber a importância da funcionalidade dos móveis em espaços residenciais. Assim como o movimento de inovação no setor para promover a inclusão por meio dos móveis.

“A inclusão da pessoa com deficiência através do mobiliário adequado e o cuidado que os profissionais têm em desenvolver ambientes acessíveis também é um fator importante. E vem ganhando cada vez mais destaque no cenário do design e se tornando um nicho de mercado”, afirma Ana Paula Geraldo Coutinho, professora da Faculdade Senac Joinville, arquiteta e design de interiores.

Móveis acessíveis e tecnológicos

Não estamos falando só em dimensões maiores, bancadas livres na parte de baixo ou altura das mesas. Recursos tecnológicos também contribuem com a segurança e bem-estar no design de interiores para pessoas com deficiência.

O conceito de casa inteligente traz qualidade de vida, com recursos digitais e automação que permitem facilitar desde conexões em circuitos de iluminação até a abertura automática de portas.

“Com o avanço tecnológico e a facilidade de acesso para pessoas com deficiências a essas tecnologias foi necessário reinventar o conceito de morar inclusivo. O uso da automação em espaços internos permite que o usuário exerça a sua autonomia”, acredita a professora do Senac SC.

Mobiliário acessível: desafios para quem cria

Assim, durante a Semana de Ação pela Educação Inclusiva, agora no final de setembro, o mobiliário acessível se transformou em tema para discussões de ideias justamente com este fim. E isso se tornou um desafio para muitos designers e arquitetos que atuam neste segmento. Como criar móveis com acessibilidade, bonitos e com personalidade.

“A Norma Brasileira de Responsabilidade Técnica, NBR9050, nos orienta sobre as medidas, fluxos e forma de utilização. Além do desenvolvimento do mobiliário para a pessoa com deficiência. Amparados nisso, o mobiliário tem se modificado de forma funcional e adaptativa. Porém sem comprometer a parte estética”, afirma Ana Paula.

A arquiteta e design de interiores explica que outras características do mobiliário atual também são fundamentais quando o assunto é acessibilidade. Entre elas, a ergonomia que busca segurança e conforto ao usuário. Isso vale para mobiliários acessíveis sob medida e multiuso que são frequentemente adaptados para as pessoas com deficiência.

Se você tem interesse em atuar nesta área, conheça o projeto de maquete tátil para pessoas com deficiência visual, desenvolvido pelos alunos da Faculdade Senac Joinville. E saiba mais sobre o curso superior em Design de Interiores oferecido pelo Senac SC.

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