Com consumidores mais conscientes, buscando uma moda mais ética e sustentável, não é surpresa o aparecimento de novas formas de adquirir peças do vestuário. O aluguel de roupas, por exemplo, não é novidade: no entanto, nos últimos anos, virou febre no mundo todo como forma de inovar na hora de se vestir sem comprar nada.
Se antigamente o aluguel de roupas e acessórios era muito popular no segmento de noivas e moda festa, hoje, atinge todos os estilos. Isto é, inclui peças diferentes para trabalhar, algo chique para uma noite especial e até itens para compor a mala de viagem.
“A justificativa para este crescimento está conectada com as mudanças do consumidor. A experiência de uso passa a ser mais importante do que a posse de determinado produto”, avalia Cristiane Hoffmeister, professora dos cursos de moda da Faculdade Senac Brusque.
Assim, ao contrário do fast fashion, que promove o consumo rápido de itens de moda, o aluguel online de roupas traz uma preocupação extra com a sustentabilidade. Afinal, nesta modalidade, as peças são usadas mais vezes e por mais pessoas. Na prática, isso aumenta o ciclo de vida de cada produto e reduz o impacto ambiental.
Além de abrir mais espaço no guarda-roupa, este tipo de locação permite experimentar novos estilos. E, desse modo, buscar peças de grandes marcas que nem sempre seriam adquiridas de forma acessível. Isso sem contar que fatores como as redes sociais e mudanças no comportamento do consumidor contribuíram para que o aluguel de roupas se tornasse a tendência de moda mais quente do momento.
“A cultura ‘instagramável’ revela que os jovens não gostam de vestir a mesma roupa em fotos nas redes sociais. Além disso tudo, a geração mais nova não sente a necessidade de acumular bens”, acredita a especialista do Senac SC.
Assim, este novo comportamento abre novas possibilidades de negócios. Segundo um estudo da Future Market Insights (FMI), esse mercado deve apresentar considerável crescimento daqui até 2031. Em 2021, o aluguel online arrecadou 1,8 bilhão de dólares mundialmente. A previsão é crescer aproximadamente 11% nos próximos dez anos.
Dessa forma, uma das pioneiras neste mercado é a norte-americana Rent The Runway. Conhecida como a “Netflix das roupas”, a plataforma de e-commerce para aluguel e assinatura de roupas e acessórios de luxo que existe desde 2009. A empresa bateu mais de 1 bilhão de dólares em valor de mercado e, em 2021, fez sua estreia na Nasdaq.
No entanto, ao lado das startups e pequenos empreendedores que apostam no aluguel de roupas, especialmente na internet, estão as grandes marcas que correram para não ficar para trás. A Ralph Lauren, por exemplo, anunciou em 2021 seu próprio serviço de locação de peças por assinatura. Funciona como um closet virtual recheado de peças da marca.
Aqui no Brasil exemplos também não faltam. Até mesmo a varejista Riachuelo se rendeu a este mercado em expansão e inaugurou também em 2021 uma plataforma para a locação de peças selecionadas.
Para a professora, a desvantagem deste tipo de serviço está na falta de exclusividade e a relação emocional que, muitas vezes, uma pessoa tem com suas peças e acessórios. E que, neste caso, deixa de existir.
Mas, entre as vantagens de apostar no aluguel de roupas, estão:
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