Uma das áreas que vem se consolidando no mercado quanto à arrecadação é a economia criativa. Segundo o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, esse setor gerou R$ 155,6 bilhões para a economia brasileira em 2015. Mas o que é a economia criativa e a qual a relação dela com a gastronomia?

Economia criativa são negócios que se baseiam na capacidade intelectual e cultural para gerar um valor dentro do mercado. Envolve setores culturais e produtos criativos como vídeo, livros, música, artes visuais, artes cênicas, moda, design, arquitetura, publicidade, artesanato, festas, games, gastronomia e entre outros. De acordo com a  professora e pesquisadora da UECE, diretora do Observatório de Fortaleza e consultora em Economia Criativa, Cláudia Leitão, “a economia criativa é um conceito em evolução baseado em ativos criativos que potencialmente geram crescimento e desenvolvimento econômico; ela pode estimular a geração de renda, a criação de empregos e a exportação de ganhos, ao mesmo tempo em que promove inclusão social, diversidade cultural e desenvolvimento humano.”.

Mesmo sendo uma novidade para muitos, a economia criativa possui um grande potencial de investimento que merece incentivo privado e governamental. Segundo a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD, 2013), de 2002 a 2011 as exportações de bens e serviços criativos cresceram 12,1% ao ano nos países em desenvolvimento. Isso mostra que mesmo em momentos de crise econômica, a economia criativa conseguiu se manter ativa e em alta dentro do mercado.

A gastronomia foi incluída neste conceito por expressar de diversas formas os traços da sociedade, por trazer gêneros, estilos e formas da cultura. Dentro da área acadêmica, a gastronomia foi essencial para ajudar a entender traços da nossa população, ajudando a interpretar nossas culturas e tradições. No entanto, por ainda ser recente no setor, é uma área que pode ser desenvolvida ainda mais, tendo em vista a diversidade gastronômica no país.

Produção científica em Gastronomia

Com o crescimento e a valorização da gastronomia, o Senac SC lançou a Revista Brasileira de Gastronomia (RBG), que incentiva a produção e o compartilhamento de pesquisas na área. O projeto dará a oportunidade para os profissionais terem contato com pesquisas atuais e novos conhecimentos que possam ser agregados na própria rotina.

Segundo Nathália Bernardinetti, editora da revista RBG, “a pesquisa oferece base para inovação dentro da culinária, mas para isso é preciso estudo, testes e práticas. É importante entender a cultura do local, saber de onde surgiram as referências para valorizar os saberes tradicionais dentro da gastronomia contemporânea.” Tudo isso contribui para que os profissionais possam entender melhor de onde as receitas surgiram e como elas podem evoluir e melhorar. Por isso, o incentivo à pesquisa dentro das instituições é fundamental na formação de profissionais que busquem o avanço desse campo de atuação.

Após o lançamento da RBG, o Senac SC continua apoiando o avanço da pesquisa na área. Por isso, em uma parceria entre a Fecomércio SC Sesc/Senac e a ONG FloripAmanhã, foi apresentado ontem o Observatório da Gastronomia. Criado numa plataforma digital específica, a ferramenta pretende contribuir para o aprendizado e irá disponibilizar informações sobre pesquisas científicas, eventos e mapas gastronômicos do estado. E por meio do acesso gratuito ao site, tem como objetivo incentivar a produção de conhecimento científico na área e facilitar o contato entre chefs, cozinheiros, produtores e consumidores. Acesse a novidade: http://observatoriodagastronomia.com.br

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