A quarta edição do Concurso Literário, promovido pelo Senac SC, está com as inscrições abertas e, neste ano, homenageará a escritora catarinense Urda Alice Klueger. Nascida em Blumenau, cidade onde construiu sua carreira literária, a autora já soma mais de 20 obras, entre romances, crônicas, relatos de viagens e literatura infantil.

Formada em História pela FURB, boa parte de suas escritas se baseiam em estudos sobre o modo de vida de nossos antepassados. Seu primeiro livro, “Vale Verde”, de 1979, conta a história de uma família na então Colônia Blumenau, trazendo à tona a imigração Alemã no Vale do Itajaí. Mais recentemente, em 2008, foi lançada a obra “Sambaqui”, resultado de mais de 10 anos de pesquisa a respeito dos antigos moradores de Santa Catarina, os sambaquianos. Seu mais recente trabalho, “No Tempo da Ana Bugra”, foi lançado em abril deste ano e traz as memórias de infância da autora, no fim da década de 1950 e início da década de 1960.

Urda Alice Klueger também trabalhou como colaboradora e cronista nos jornais A Notícia, Diário Catarinense e Expresso das Nove, e é membro da Academia Catarinense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, da União Brasileira de Escritores e da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil.

A Urda pela Urda: quem é esta autora catarinense que tanto nos orgulha?

Sou a Urda, cidadã da América dita Latina, escritora, com formação em História e doutorado em Geografia, e interesse por outras ciências, como a Geologia, a Arqueologia, etc. Gosto muito da sala de aula, mas meu escasso tempo não me permite o magistério. Sou militante de movimentos sociais, adoro viajar (tenho andado por 3 continentes: América, África e Europa) e sou uma aficionada campista, onde acho que escrevo melhor. Frequento os campings de segunda à quinta, quando não há ninguém e se pode ficar em silêncio.

Como foram seus primeiros contatos com a leitura e a escrita? É algo mais decorrente do seu caminho como professora ou por vocação?

Quando eu era muito pequena (3 anos), minha vida já era uma vida de imaginar histórias. Quando fui alfabetizada, comecei a escrevê-las. Desde aquela época, sou uma devoradora de livros. Nunca “decidi” ser escritora – acho que sempre o fui. O meu caminho como professora foi mínimo – passei grande parte da minha vida como bancária. Fui para a sala de aula só na altura da aposentadoria, como professora de História, e amei.

Quais autores e suas respectivas obras mais te influenciaram?

Dos brasileiros, sem dúvida Érico Veríssimo, José Mauro de Vasconcelos e Jorge Amado. Com esse último, tive o prazer de ter convivido um pouco. Mas muitos, muitos outros autores e obras me influenciaram. Citaria como um das mais importantes “Os frutos da terra”, de Knut Hamsun, autor norueguês.

Muitos participantes têm nos perguntando: o que um conto precisa ter para ser bom e vencer um concurso?

Também gostaria de saber, pois sequer sei escrever contos. Arrisquei alguns, mas acho que ficaram de péssima qualidade. Sou romancista-histórica e cronista, e escrevo mais algumas coisas, como alguns livros de viagens, um infantil, etc. Hoje tenho 24 livros publicados e cerca de 700 crônicas, além de artigos científicos, etc. Mas contos, pouquíssimos, e ruins.

Para encerrarmos, qual seu conselho para que estes aspirantes à escrita continuem percorrendo este caminho literário?

Aí só tem uma receita: leitura, leitura, leitura. E começar a escrever o que o coração manda. Cursos de Letras não ensinam a escrever – formam professores de português. Portanto, para quem deseja se tornar escritor, o caminho é a leitura.

Para saber mais sobre como participar do Concurso Literário do Senac, acesse nosso portal.

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