Viver em sociedade é aprender a respeitar as diferenças. Seja no futebol, na política ou no dia a dia, conviver em equilíbrio é – como diz aquele famoso ditado popular americano – “concordar em discordar”. Mas existem algumas situações quando parece que todas as opiniões do mundo combinam perfeitamente em harmonia: Freddie Mercury era um cantor incrível, entrar no mar aos poucos é sempre pior do que se jogar de uma vez e os filmes inspirados em livros nunca são tão bons quanto a obra original.

Será?

A verdade é que nós mesmos já afirmamos isso nas nossas redes sociais mais de uma vez. Essa sensação ocorre, em grande parte, porque os livros trabalham com a nossa imaginação e, diferentemente do que acontece na telinha, a nossa imaginação não tem limites. Contudo, percebemos que precisamos nos retratar. Existem exceções à regra que vale a pena você conhecer. Confira algumas sugestões abaixo!

1. O Poderoso Chefão

Já começamos em grande estilo, não acha? A trilogia de “O Poderoso Chefão” é considerada uma obra prima do cinema. Mario Puzo, autor do livro homônimo que deu origem aos filmes, escreveu personagens memoráveis – é verdade. Contudo, foi nas mãos de Francis Ford Coppola que eles tomaram vida. Para críticos, o livro dedica muitas páginas a subtramas desnecessárias, tornando a leitura um pouco cansativa. Com o roteiro mais limpo e conciso, somado ao belo trabalho realizado pelo compositor Nino Rota e o casting poderoso (especialmente a escalação do experiente Marlon Brando como Don Vito Corleone), a obra conseguiu alavancar a história de Puzo a um novo patamar, tornando-se um dos filmes mais famosos de todos os tempos.

2. Laranja Mecânica

Baseado no livro de Anthony Burgess, o filme de Stanley Kubrick segue as características citadas na obra anterior. O livro de Burgess, assim como o de Puzo, é bom. Contudo, por meio da visão artística do diretor, a narrativa se torna genial. Kubrick adaptou a obra com bastante fidelidade – menos o último capítulo, quando Alex (o protagonista) sente uma súbita necessidade de mudar a sua vida. Ao que contam, essa diferença do papel para a telinha aconteceu por acidente e Kubrick teria recebido uma edição do livro sem a última parte. Será? Enfim, de propósito ou não, críticos concordam que, ao finalizar o filme da forma como foi, o diretor criou um dos maiores clássicos disruptivos da história do cinema.

3. O Curioso Caso de Benjamin Button

Criada por F. Scott Fitzgerald (autor de “O Grande Gatsby”, livro o qual já recomendamos anteriormente), a obra conta a história de um homem que nasce velho e rejuvenesce com o passar do tempo. Nela, Benjamim é um homem bem menos romântico e maduro que o personagem estrelado por Brad Pitt e a personagem de Cate Blanchett, Daisy, não existe. A única figura feminina na vida do protagonista é Hildegard – uma mulher que se atrai pela idade avançada de Benjamim, mas perde o interesse à medida que ele se torna mais jovem. Diferentemente do longa, a passagem das etapas de vida do personagem principal é retratada de forma mais estereotipada e superficial, sem a dramaticidade empregada pelos atores e diretores. Ou seja: ponto para o filme!

4. Clube da Luta

Diferentemente do primeiro da lista, aqui o problema não é enrolação. Muito pelo contrário! Com apenas 272 páginas – existem TCCs e artigos científicos mais longos que isso – o livro de Chuck Palahniuk falha em dar espaço para o desenvolvimento dos seus personagens. Diferentemente do filme de David Fincher, a obra original não consegue apresentar as minúcias da relação entre o excêntrico Tyler Durden e Marla Singer, deixando muito a desejar na formação do clímax da história. Além disso, as atuações de Brad Pitt e Edward Norton também contribuem para dar mais credibilidade à narrativa sobre conflito, violência e rebeldia contra o sistema.

5. Forrest Gump

Se você nem sabia que Forrest Gump era um livro, não se preocupe. Isso não é motivo para se envergonhar. A obra só começou a ser conhecida pelo grande público após o lançamento do filme, em 1994. Desde então, ela já vendeu mais de 1,7 milhão de cópias em todo o mundo, enquanto o longa recebeu seis estatuetas do Oscar pela adaptação. Por meio do trabalho do diretor Robert Zemeckis, Tom Hanks conseguiu transformar o inocente contador de histórias em um ícone do cinema americano, encantando os corações de milhares de espectadores como nós (e muito provavelmente você também). Contudo, na obra original, Forrest passa por uma série de situações – no mínimo – inusitadas, o que acaba fazendo com que o leitor não se sinta tão identificado com o personagem do livro como no do filme. Quer um exemplo? No livro, Forrest viaja para um planeta distante onde faz amizade com uma primata alienígena chamada Sue. Dá pra imaginar?

E aí, concorda? Lembra de algum outro filme que é melhor que o livro que o inspirou? Conta pra gente nos comentários! ;-)

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